sexta-feira, 13 de abril de 2012

Quatro estados concentram produção de biodiesel no pais

A produção de biodiesel pelos quatro estados considerados maiores produtores nacionais somou 5,86 bilhões de litros entre 2008 e 2011, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Juntos, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo concentram 82% da produção do biocombustível. A oferta de matéria-prima disponibilizada para a fabricação do item colaborou para tornar a produção centralizada no país, aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Somente nos quatro estados, a produção de soja - uma das principais fontes para o biodiesel - supera a casa de 40 milhões de toneladas. "A concentração já era esperada pela soja, como em Mato Grosso, estado que mais produz [a oleaginosa]. Não é surpresa. Surpresa é o fato de não se ter desenvolvido matéria-prima que ganhasse mercado, como na agricultura familiar", alertou Gesmar Santos, técnico em Planejamento e Pesquisa do Ipea.
Os custos de produção para fabricar o biodiesel ainda são considerados desafios a serem superados. "Como na indústria, quem pode produzir vai adiante. Mas é difícil. Para isso, é preciso ter incentivo como no futuro a entrada de novas matérias-primas, dispêndio econômico, tributação isentada", acrescentou ainda o técnico do Ipea.
No país, o governo argumenta estar reduzindo as alíquotas de tributos (Cide, IPI, Pis/Pasep, Cofins) e disponibilizado crédito com menor custo financeiro aos produtores, além de subsídios que cobrem o custo mais alto do biocombustível em relação ao diesel, para estimular a produção de biodiesel.
Mas para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, atualmente a 'conta não tem fechado' quando o assunto em pauta é fomentar a produção do biocombustível. Segundo ele, os custos estão maiores para transformar, por exemplo, a soja em biodiesel do que em relação ao próprio óleo utilizado no consumo humano.
O cenário tem desestimulado o produtor a investir nesta nova vertente econômica. "A conta não fecha. Não é vantagem trabalhar [com o biocombustível]. É preciso achar outra forma de matéria-prima", destacou Prado, em entrevista a o G1.
Desafio
Se para a agricultura empresarial a produção de biodiesel já se mostra um desafio, o pesquisador do Ipea destaca que é preciso 'redesenhar' o sistema produtivo do biocombustível e fomentar também outras cadeias, como a da agricultura familiar. Nos dias atuais, somente 1% de toda matéria-prima usada para a fabricação advém da agriculutura familiar.
"Para a agricultura familiar ter renda com a produção de biodiesel não é preciso que produza 30% da matéria-prima. Se produzir 15% com diversificação, com incentivos é possível. Mas a mesma agricultura tem problemas adicionais, como a quantidade de terras disponíveis que é pequena. Há a baixa capacitação", finalizou o pesquisador do Instituto.
Leandro J. Nascimento

Fonte: http://www.biodieselbr.com/noticias/usinas/producao/quatro-estados-concentram-producao-biodiesel-100412.htm

sexta-feira, 23 de março de 2012

O uso de biocombustíveis em aviões

Representantes da FAPESP, Boeing e Embraer participaram nos dias 29 de fevereiro e 1º de março na sede da Fundação, em São Paulo, de uma reunião preparativa para a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial envolvendo as três instituições.

O acordo entre as instituições, assinado em outubro de 2011, prevê a construção no Estado de São Paulo de um centro de pesquisa focado no desenvolvimento de biocombustível sustentável para aviação, que será baseado no modelo dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), da FAPESP, voltados para desenvolver pesquisas na fronteira do conhecimento.
De modo a criar o centro, inicialmente será realizado um estudo, com duração prevista entre 9 e 12 meses, para o levantamento das possibilidades e dos principais desafios sociais, econômicos, científicos e tecnológicos de diferentes rotas tecnológicas para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação no Brasil e para definir os investimentos que deverão ser realizados pelos participantes do projeto.
O estudo será orientado por uma série de oito workshops públicos a serem realizados ao longo de 2012 para coleta de dados. As informações serão fornecidas por diferentes integrantes da cadeia produtiva de biocombustíveis e por um Conselho Consultivo Estratégico.
O Conselho será composto por empresas aéreas, produtores e fornecedores de combustível, pesquisadores e representantes do governo, entre outros atores, que poderão exercer um importante papel tanto na implantação como na regulação dessa nova indústria. Em uma fase final do estudo, a FAPESP lançará uma chamada especial de propostas para o estabelecimento do Centro.
Além dos representantes da FAPESP, Boeing e Embraer, participaram do encontro organizativo representantes de empresas que irão colaborar e participar ativamente do projeto, incluindo seu financiamento.
Durante a reunião, os participantes definiram a realização do primeiro workshop, que está previsto para ocorrer nos dias 25 e 26 de abril na sede da FAPESP.
Os demais workshops deverão ocorrer em Piracicaba, Campinas, Brasília e São José dos Campos, em instituições como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Estamos terminando a etapa de planejamento do projeto, decidindo questões metodológicas, orçamentárias e contratuais, para darmos início aos workshops”, disse Luís Augusto Barbosa Cortez, coordenador-adjunto de Programas Especiais da FAPESP à Agência FAPESP.
O pesquisador é um dos coordenadores do projeto, juntamente com Francisco Emilio Baccaro Nigro, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
Na opinião de Cortez, os maiores desafios para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação estão ligados à questão da sustentabilidade. “Os maiores problemas estão mais na produção e conversão da biomassa”, afirmou.
“Será preciso produzir esses biocombustíveis a um custo competitivo e com sustentabilidade socioambiental, utilizando os recursos agrícolas racionalmente e de forma a melhorar as condições de vida das pessoas envolvidas com essa atividade”, disse.
Já na parte tecnológica, o maior desafio dos pesquisadores será desenvolver um biocombustível com as especificações do querosene utilizado atualmente na aviação e que possa substituí-lo, sem a necessidade de realizar modificações nas turbinas das aeronaves, que seguem um padrão internacional.
Matérias-primas e tecnologias
Até agora, as experiências no Brasil para o desenvolvimento de biocombustíveis, incluindo para fins automotivo e para aviação agrícola, por exemplo, foram por meio da adaptação do motor ao combustível.
No caso do biocombustível para aviação comercial, de acordo com pesquisadores envolvidos no projeto, será preciso inverter essa ordem, adaptando o biocombustível ao motor. Entretanto, na avaliação de Cortez, esse desafio ainda é “menor” dos que os ligados à questão agrícola.
“Essa questão técnica de chegar a um ajuste fino de um biocombustível que possa substituir o querosene na aviação comercial não é tão crítico como os da produção e conversão da biomassa”, avaliou.
Segundo Cortez, diferentes matérias-primas – além da cana-de-açúcar – e diversas rotas tecnológicas serão estudadas durante o projeto para se chegar a um biocombustível que substitua o querosene na aviação comercial.
“Não seremos refém de apenas uma rota tecnológica. A ideia do projeto é ter várias possibilidades, porque cada região no mundo tem sua própria vocação agrícola, que está atrelada a diferentes processos”, disse.
Fonte: Elton Alisson 

Oficina de Biodiesel - Encontro 2 - Grupo Picada Café

No dia 16 de março, foi realizado o segundo encontro do grupo de estudantes da cidade de Picada Café. Nesse encontro, os alunos realizaram as atividades previstas no cronograma da oficina, como obter o biodiesel a partir da transesterificação do óleo de soja em meio alcalino. Também, foi apresentado aos participantes a extração do óleo da semente de nabo forrageiro através de Soxhlet.












quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Agricultura familiar fatura R$ 1,4 bi em oleaginosas para biodiesel

O Programa Nacional de Uso e Produção do Biodiesel (PNPB) fecha 2011 com números expressivos para a agricultura familiar. A estimativa é de que o ano termine com R$ 1,4 bilhão em faturamento da agricultura familiar em vendas de oleaginosas para as usinas de biodiesel. 

O valor representa um crescimento de 32% em relação ao ano de 2010 (com faturamento de R$ 1,058 bilhão). A aquisição de matéria prima do combustível (grãos e óleos) atingiu R$ 1,15 bilhão nos três primeiros trimestres deste ano.

Fonte: Assessoria MDA. http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/agricultura-familiar-fatura-r1-bi-oleaginosas-biodiesel-231211.htm