terça-feira, 29 de novembro de 2011

Uso de biocombustível em aviões provoca polêmica no México

A indústria da aviação do México está começando a usar biocombustíveis em seus tanques. Aviões da AeroMexico que fazem a rota entre a Costa Rica e a capital mexicana já usam uma mistura de combustíveis fósseis e outros à base de mamona. 
 
O esforço é uma tentativa de antecipar o setor à escassez dos combustíveis fósseis prevista para as próximas décadas e de tornar a indústria mais ecológica. 
No Estado de Chiapas, no sul do país, agricultores receberam estímulo do governo local para produzir a mamona usada como biocombustível. Eles afirmam que concretizar o projeto tem sido um desafio. Chiapas é uma das regiões mais pobres do México. 
Para alguns ambientalistas, no entanto, a alternativa usada pela indústria da aviação do México não é a mais ecológica. Eles reclamam que grande parte da água que poderia ser usada em lavouras de alimentos está sendo usada agora para produção da mamona, que não é comestível. No longo prazo, isso encareceria os preços dos alimentos e aumentaria a fome, segundo eles.

Fonte: BBC Brasil - http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/biocombustivel-avioes-polemica-mexico-291111.htm 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Nanopartículas de biodiesel vão dos pulmões para o fígado

O biodiesel emite menos gases de efeito estufa, o que pode ser bom para o meio ambiente. Mas ele emite também nanopartículas de óxido de cério, o que pode ser muito ruim para a sua saúde.
Cientistas da Universidade Marshall (EUA) monitoraram a inalação dessas nanopartículas e descobriram que elas não ficam só nos pulmões, elas viajam até o fígado. E, segundo a equipe do Dr. Eric Blough, esse processo está associado a danos no fígado.
Nanopartículas de óxido de cério
O óxido de cério é usado como aditivo no biodiesel para aumentar sua eficiência nos motores e diminuir a emissão de poluentes - mas o próprio cério é despejado na atmosfera.
O estudo mostrou um aumento na concentração de cério no fígado de animais expostos às nanopartículas - quanto maior a inalação de fumaça, maior é a concentração do metal no fígado.
O aumento do metal no fígado está associado com o aumento de enzimas do fígado em circulação no sangue e dados histológicos consistentes com danos ao órgão.
O estudo também acende um sinal amarelo para outros usos das nanopartículas de óxido de cério.
Experimentos em laboratório mostraram que elas podem ter comportamentos similares aos antioxidantes o que levou alguns pesquisadores a sugerirem que elas possam ser úteis para o tratamento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e danos aos tecidos induzidos pela radiação.
Nanotoxicidade
"Dado o uso crescente de nanomateriais na indústria e nos produtos que compramos, é cada vez mais importante entendermos se essas substâncias podem ser danosas à saúde," disse o Dr. Blough.
Segundo o Dr. Siva Nalabotu, coordenador do estudo, isso é ainda mais importante quando se considera os efeitos potenciais dos nanomateriais sobre as funções celulares, algo que ainda não se compreende bem.
Estas pesquisas compreendem um ramo ainda emergente de pesquisas, conhecidas como nanotoxicidade.

Fonte: Diário da Saúde - http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/nanoparticulas-pulmoes-figado-281111.htm 

domingo, 27 de novembro de 2011

Em cinco anos, venda de matéria-prima da agricultura familiar para produção de biodiesel aumenta 17 vezes


As compras pelas usinas de biodiesel de matéria prima da agricultura familiar no primeiro semestre deste ano somaram R$ 859 milhões. Até o final do ano, as vendas podem chegar a R$ 1,2 bilhão, 13% mais do que em 2010, quando o mercado deu um salto de 56% em relação a 2009: de R$ 677,34 milhões para R$ 1,058 bilhão. Se comparado com os R$ 68,57 milhões de 2006, o crescimento é de 17 vezes. 
De acordo com o coordenador de Biocombustiveis da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marco Antônio Viana Leite, a consolidação da participação da agricultura familiar ocorre simultaneamente ao aumento do cooperativismo motivado pela demanda gerada pelas usinas. O número de cooperativas do Programa Nacional de Uso e Produção de Biodiesel passou de quatro, em 2006, para as atuais 70.  
O Selo Combustível Social ocupa o espaço de outros fornecedores, pois as vendas crescem ano a ano mesmo sem um aumento da mistura com o derivado de petróleo, que continua em 5%. “Não há perspectiva de passar a 6% ainda, pois está sendo feito um trabalho de consolidar o Selo Social nos leilões antes de expandir o programa”, afirma Leite.  

Palma - Leite prevê que um salto será dado por volta de 2014, quando cerca de dois mil produtores entregarão as primeiras safras de óleo de palma (dendê), que estão sendo plantadas agora com apoio do programa. As palmeiras levam três anos para começar a produzir e há outros usos para óleo, principalmente como alimento, que terão prioridade sobre o combustível. 
A palma é a oleaginosa de maior produtividade de bioenergia, com um rendimento de 4 a 6 toneladas de óleo por hectare plantado. O incentivo está sendo oferecido para o plantio de 10 hectares por propriedade, nas regiões previstas pelo zoneamento da palma, sem derrubar mata nativa para a expansão da lavoura. 

Mamona - As compras de mamona, em sua maioria no Nordeste e Semiárido, passaram de R$ 5,1 milhões em 2008 (1,8% do total) para R$ 26,7 milhões em 2009 (3,8% do total) e para R$ 46,3 em 2010 (4,4% do total). Do total da área produzida de mamona no Brasil em 2010, quase 50% foi da agricultura familiar participante do programa.

Fonte: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=79059 

sábado, 26 de novembro de 2011

Empresa vai transformar óleo alimentar em biodiesel


Uma empresa privada vai instalar no concelho de Amarante uma rede com 50 pontos de recolha de óleo alimentar usado para posterior transformação em biodiesel, anuncia hoje fonte da autarquia local.
 
Até ao final de Dezembro, no âmbito de um protocolo celebrado com a câmara, será disponibilizada à população cerca de meia centena de pontos de recolha, uma dezena dos quais junto a ecopontos.
Só na sede do concelho serão instalados oito equipamentos, designados pela empresa como "oleões", preparados para a recolha do óleo usado. No segundo polo urbano do concelho, Vila Meã, haverá dois equipamentos, em concreto nas freguesias de Real e Ataíde.
Segundo a fonte, "a deposição do óleo deverá ser feita numa garrafa de plástico devidamente fechada para evitar derrames".
Nos caso dos restaurantes que tenham uma grande capacidade de gerar óleos alimentares usados, os interessados podem utilizar recipientes de maior capacidade, podendo ser deixados nas instalações dos serviços urbanos da autarquia.
Cerca de mil litros de óleo alimentar podem gerar mais de 900 litros de biodiesel. Este tipo de combustível, segundo a empresa, apresenta índices de emissão de dióxido de carbono mais baixos do que o gasóleo.

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2137565  

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

No mercado da soja, o ano de 2011 vai deixar saudades


O ano de 2011 está indo embora com um cheiro de nostalgia no ar. Afinal, foi na colheita deste ano que o Brasil bateu o recorde mundial de produtividade média de soja, ao produzir 51,9 sacas de 60 quilos por hectare.
 
E como neste ano o preço médio de comercialização superou a marca de R$ 40 por saca na maioria das praças, chegando a R$ 50 no Sul do país, os produtores alcançaram uma das melhores rentabilidades da história.
Mas 2011 está terminando repleto de nuvens escuras no céu. Além de os preços da soja no mercado brasileiro continuarem caindo em plena entressafra -e dando sinais de que podem se aproximar dos menores valores do ano, registrados em abril-, eles acenam para lucratividade menor em 2012.
Diversos motivos apontam para a possibilidade de um 2012 menos lucrativo. O primeiro e mais importante é o mercado financeiro mundial.
Com a crise da dívida de países europeus e o enfraquecimento do euro, investidores migram para o dólar e tiram sustentação das commodities, num movimento oposto ao observado a partir do início de 2009.
Os fundos de investimento, que comandam grande parte da tendência do mercado desde o início da financeirização das commodities, ocorrida em meados da década passada, registravam, na última semana, a menor posição comprada desde março de 2009, com contratos equivalentes a 17 milhões de toneladas na Bolsa de Chicago.
Há pouco menos de cem dias, quando as cotações da soja superavam US$ 14 por bushel (27,2 quilos), eles tinham 40 milhões de toneladas. A queda foi resultado da aversão ao risco inspirada pela crise europeia.
Os fundamentos de oferta e de demanda também não ajudam. Pelo lado do consumo, o ritmo das exportações de soja dos EUA, que acabam de terminar a colheita e têm grande volume a comercializar, continua muito devagar.
Os negócios fechados nos dois primeiros meses da temporada comercial 2011/12, iniciada em setembro, não chegam a somar 20 milhões de toneladas, ante 30,7 milhões há um ano. A China, que até o mesmo período de 2010 já tinha comprado 19,1 milhões de toneladas, agora tem apenas 13,8 milhões comprados.
Pelo lado da oferta, o plantio caminha a passos largos na América do Sul, o que também dificulta o avanço das cotações, ainda mais levando-se em conta que o continente está aumentando a área cultivada com soja.
Para a saudade de 2011 ser completa, só falta o La Niña resultar em estiagem e quebra de safra no Sul do Brasil e na Argentina. Na safra passada, apesar do temor inspirado pelo fenômeno, as condições climáticas só ajudaram as lavouras.
FERNANDO MURARO JR. é engenheiro-agrônomo e analista de mercado da AgRural Commodities Agrícolas.

Fonte: Folha de São Paulo - http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/mercado-soja-2011-saudades-221111.htm 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Biodiesel: ganhos ambientais, emprego e renda

Em 2010, o Brasil possuía uma frota de mais de 64 milhões de veículos, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Desse total, cerca de 10,7 milhões eram movidos a diesel.
 
Desde o ano passado, 5% da mistura do combustível passou a ser composta também pelo biodiesel, produzido a partir do óleo de grãos e oleaginosas como a soja, a canola e até de gordura animal.
De olho no potencial do setor, muitas empresas vêm investindo na pesquisa e produção do biodiesel. Com isso, o Brasil deu um salto e tanto no segmento, passando de uma produção quase zero em 2005, para se tornar o segundo maior produtor de biodiesel em 2010 e o maior consumidor mundial. 
“Neste ano, devemos ultrapassar a Alemanha e nos tornarmos os primeiros em produção”, disse Manoel Teixeira Souza Júnior, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, durante a Conferência Internacional do Biodiesel, que aconteceu no último dia 18 em São Paulo (SP). Ele explicou que hoje, 80% do biodiesel feito no Brasil provém do óleo de soja. “Mas algumas outras matérias-primas já vem sendo pesquisadas, como a macaúba e o pinhão manso”, disse.
Apesar dos estudos, Souza Júnior explicou que essas culturas ainda precisam ser melhor pesquisadas a fim de aproveitar ao máximo os potenciais produtivos de cada uma. “Já estamos trabalhando com o melhoramento de sementes, mas ainda temos um longo caminho a percorrer.” Com isso, a previsão do pesquisador é de que “a soja continue sendo a estrela da produção de biodiesel na próxima década”.
Diante da preocupação de alguns participantes do evento em existir competição entre a produção de alimentos e de biodiesel, Andre Faaj, da universidade de Utrecht, na Holanda, explicou que ambas têm seus espaços resguardados, já que “o biodiesel é um subproduto da cadeia produtiva da soja e outros produtos, não toma o lugar dos grãos produzidos para alimentação humana”. 
Exportações
Além de buscar novas matérias-primas, um dos desafios do Brasil está no mercado externo. Pelo menos é o que pensa Ricardo Borges Gomide, coordenador geral de desenvolvimento da produção e do mercado de combustíveis do Ministério de Minas e Energia. “Hoje nossa capacidade produtiva equivale ao dobro da demanda. Estamos no B5 (5% de biodiesel na mistura do diesel) e ainda não exportamos.” 
Ele explicou que a demanda do mercado interno cresceu 270% nos últimos anos enquanto a ociosidade da indústria continua em 50%, graças aos investimentos das empresas em infraestrutura. Para ele, investir no biodiesel é também estimular o desenvolvimento da agricultura familiar, já que muitas matérias-primas são cultivadas por pequenos produtores rurais. Julio Minelli, da Aprobio, calcula que com a capacidade ociosa da indústria do biodiesel, já é possível chegar a 10% (B10) na mistura com o diesel.
Selo Combustível Social
Criado pelo governo federal, o Selo de Combustível Social é dado a empresas que desenvolvem trabalhos que estimulam o desenvolvimento regional e promovem a inclusão social. Segundo Gomide, em 2010, 100 mil famílias participavam da cadeia produtiva do biodiesel. “Cerca de 80% da capacidade instalada para produção de biodiesel no Brasil tem o selo social”, explicou. Essa iniciativa faz parte do Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB).
Assim, desde 2008, a Petrobrás Biocombustível trabalha com 64 mil famílias de agricultores, que recebem orientação, consultoria de gestão e manejo e até as sementes para o plantio. “Investir na cadeia do biodiesel é uma grande oportunidade para o desenvolvimento do Brasil, tanto de novas tecnologias, de logística, de sustentabilidade e renda para quem está no campo”, disse João Augusto Paiva, gerente geral da empresa.
A Vale começou a investir na produção de biodiesel para consumo próprio no Pará. Até 2014, a primeira planta de biodiesel da companhia estará a pleno vapor. A mineradora tem parceria com cerca de 2 mil famílias que plantam a palma, com orientação e respaldo da empresa. 
Segundo Ivo Lourenço Fouto, diretor de pesquisa e bioenergia da Vale, durante os 25 anos previstos para a duração do projeto, a empresa estima contribuir com a redução de 12 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera com o uso do biodiesel. “Queremos ter uma matriz energética verde, que signifique redução do impacto ambiental de nossas atividades e desenvolvimento econômico para os pequenos produtores”, disse.
Mineli, da Aprobio, explica que por meio do PNPB, já foram gerados cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos. “Além disso, o biodiesel tem redução de 50% nas emissões de poluentes, quando comparado ao diesel de combustível fóssil”, afirmou.
Ele estima que quando a mistura de biodiesel chegar a 20%, o Brasil beneficiará cerca de 500 mil famílias que vivem da agricultura. “Investir nessa produção também significa reduzir em 200 mil as internações e em 11 mil as mortes por ano no País, causadas por poluentes no ar. É também uma questão de saúde pública.”
Juliana Ribeiro
Fonte:  Sou Agro - http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/biodiesel-ganhos-ambientais-emprego-renda-221111.htm

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Efeitos do biodiesel em peixes

O biodiesel, embora seja menos poluente do que o diesel de petróleo – emite menor quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera –, também pode causar impactos significativos na biota marinha, dependendo da espécie atingida. Isso porque sua formulação possui elementos naturais que poderiam facilitar a absorção de substâncias tóxicas pelos animais.
 
É o que indica o estudo "(BIOEN-FAPESP) Petrodiesel vs Biodiesel: a comparative study on their toxic effects in nile tilapia and armoured catfishes", realizado pelo grupo do professor Eduardo Alves de Almeida no Departamento de Química e Ciências Ambientais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto (SP).

O biodiesel é um combustível derivado de fontes renováveis como óleos vegetais – entre os quais mamona, dendê, girassol, babaçu, soja e algodão – ou de gorduras animais que, estimulados por um catalisador, reagem, principalmente com o metanol, gerando ésteres metílicos dos ácidos graxos presentes nesses óleos.

A pesquisa, publicada no periódico Chemosphere, teve como objetivo inicial a análise comparativa das respostas bioquímicas entre as espécies Oreochromis niloticus, ou tilápia-do-nilo, e Pterygoplichthys anisitsi, conhecido como cascudo marrom, após exposição controlada ao diesel de petróleo e ao biodiesel de sebo animal.

“Utilizamos a tilápia, que é um modelo em toxicologia e possui hábito nectônico, ou seja, por nadar na coluna d’água ela tem acesso a todos os compartimentos do ambiente aquático”, disse Almeida à Agência FAPESP.

Já o cascudo, espécie endêmica da América Latina, é bentônico. Está relacionado ao fundo do ambiente aquático, o que lhe permite maior contato com frações de combustível associadas a sedimentos.

“Nosso objetivo foi observar se, pelo hábito dos peixes, as respostas à exposição ao tipo de biodiesel testado seriam diferentes. Para isso, estudamos exposições de dois a sete dias nas duas espécies ao diesel derivado de petróleo com biodiesel B5 (contendo 5% de biodiesel), biodiesel B20 (contendo 20% de biodiesel) e biodiesel puro (100% de biodiesel), a 0,1 e 0,5 ml/L de água”, explicou.

"O B20, nas condições testadas, apresentou menos efeitos adversos do que o diesel de petróleo e do que o B5, o que pode indicar uma alternativa de combustível menos danoso do que o diesel. Entretanto, mesmo o biodiesel puro pode ativar respostas biomecânicas em peixes, nas condições experimentais testadas, indicando que esse combustível também pode representar um risco para a biota aquática", destaca o artigo.

Segundo Almeida, embora parte da origem do biodiesel seja renovável – óleos vegetais, gorduras animais, algas e materiais gordurosos –, pouco se sabe sobre os efeitos desse combustível, assim como seu grau de toxicidade, sobre a biota aquática.

O pesquisador, que está finalizando os estudos relacionados ao cascudo, adianta que, apesar dos hábitos diferenciados das duas espécies, as respostas dos animais são muito parecidas. “Existem somente pequenas variações nas atividades enzimáticas desses peixes”, disse.

“Observamos também que, quando misturados ao biodiesel, alguns metabólitos tóxicos do petrodiesel foram encontrados em concentrações levemente maiores na bile das tilápias do que nas análises dos animais expostos ao diesel de petróleo puro”, destacou.
Para Almeida, o biocombustível não está isento de toxicidade. Segundo os resultados apresentados no artigo, ele pode ocasionar, de forma mais agressiva que o diesel de petróleo, a oxidação nas membranas celulares das brânquias dos peixes.

“Isso sugere que os elementos naturais do biodiesel, especialmente os derivados de ácidos graxos, são facilmente absorvidos pelos peixes e, de certa forma, auxiliam a entrada de mais substâncias tóxicas do petrodiesel presentes na mistura, na ausência do biodiesel como ‘facilitador’ eram mais difíceis de serem absorvidas”, disse.

O artigo Biochemical biomarkers in Nile tilapia (Oreochromis niloticus) after short-term exposure to diesel oil, pure biodiesel and biodiesel blends (doi:10.1016/j.chemosphere.2011.05.037), de Eduardo Alves de Almeida e outros, pode ser lido na Chemosphere em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S004565351100590X

Por Mônica Pileggi

Fonte: Agência FAPESP 
http://www.biodieselbr.com/noticias/em-foco/efeitos-biodiesel-peixes-211111.htm 

BSBios inaugura amanhã esmagadora em Passo Fundo

Apostando alto na produção de biocombustível, a BSBios, de Passo Fundo, inaugura amanhã uma unidade de processamento de grãos. O investimento de R$ 130 milhões é um passo importante para a consolidação do processo de verticalização da produção de biodiesel.

A nova unidade terá capacidade para processar 850 mil toneladas de soja/ano, o que, diz o presidente da empresa, Erasmo Carlos Battistella, representa cerca de 10% da produção de todo o Estado. Igualmente grandiosos serão os números da produção anual da esmagadora: 158,4 mil toneladas de óleo degomado – empregado na produção do biodiesel – e 660 mil toneladas de farelo. Uma iniciativa importante para a Bsbios, que deve fechar o ano com receita de R$ 1 bilhão em todas as unidades.

Fonte: Zero Hora 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Bactéria converte açúcar em biodiesel

A bactéria E. coli é conhecida por fazer parte da chamada "flora intestinal" do ser humano. Ela também é a vilã em muitos casos de intoxicação alimentar. Em breve, porém, ela pode ficar ainda mais famosa, mas por conta de seu potencial para o meio ambiente.

Já é sabido que a bactéria é capaz de converter açúcar em biodiesel (ou, para ser mais exato, em derivados similares à gasolina), mas o custo dessa transformação é alto demais. Cientistas da universidade norte americana de Stanford, porém, decidiram investigar se há uma maneira de transformar a conversão que a E. coli faz em um processo mais produtivo.
Os estudos indicaram que a bactéria possui um potencial de conversão grande e rentável. O mecanismo que transforma açúcar no precursor do biodiesel é poderoso, mas rigorosamente controlado pela célula. Isso significa que os comandos que teriam de ser enviados para a E. coli para que ela comece o processo em larga escala são muito específicos.
O conhecimento que se tem hoje sobre a bactéria não é suficiente para que os cientistas consigam entender como se daria o processo, mas os pesquisadores de Stanford foram capazes de isolar todas as partes que trabalham na conversão. Dessa maneira, o estudo do processo se torna mas eficaz - e evita que as próprias bactérias sejam danificadas.
O produto final do processo feito pela E. coli não é a gasolina ou o biodiesel que vai nos carros, mas é um antecessor desse combustível - e sem os conhecidos problemas que os combustíveis fósseis apresentam. Se os cientistas conseguirem manipular a produção a ponto de diminuir seu custo, o positivo impacto ambiental seria enorme.

Fonte: Info Online

MDIC firma convênio com Fiat para desenvolvimento de motor a biodiesel


O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) assinou convênio de R$ 4,3 milhões com a Fiat para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias automotivas, segundo nota divulgada nesta quarta-feira pelo MDIC. O acordo foi firmado hoje pelo ministro Fernando Pimentel e pelo presidente da Fiat-Chrysler América Latina, Cledorvino Belini, em Betim (MG).

 
O principal projeto a ser desenvolvido é a criação de um motor para veículos leves movido a combustível composto por 30% de biodiesel e 70% de diesel. Pelo convênio, um exemplar do motor deverá ser apresentado ao governo até 2013. A pesquisa será realizada com ajuda do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Outra inovação prevista no acordo, segundo o MDIC, é a busca de solução para problemas como viscosidade e dificuldade para partida do motor, quando usado como combustível o óleo vegetal “in natura”, a base de soja. “Precisamos incorporar cada vez mais conhecimento científico à produção e trazer a competição para os laboratórios de pesquisa”, disse o ministro, em nota.

Fonte: Valor econômico 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Saneamento: projeto português separa a gordura em restaurantes

O "GreenBox" é um dos projetos que estará em destaque no Dia da Inovação, que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) promove nesta quarta-feira (16), em Vila Real, Portugal, para divulgar a investigação que se desenvolve na academia transmontana. 

 
Coordenado pelo professor e pesquisador João Barroso, o projeto visa a criação de uma caixa que fará a separação da gordura presente na água das lavagens. Os resíduos, que são altamente poluentes, criam problemas graves nas estações de tratamento de águas residuais. 
"A Greenbox é colocada debaixo da pia e o objetivo é que a água saia para o sistema de saneamento e a gordura fique acumulada", explicou o responsável pela criação.
A ideia é que esta gordura também seja recolhida "em tempo útil", para que possa ser aproveitada para a produção de biodiesel.
No momento, a caixa está sendo desenvolvida para restaurantes e unidades hoteleiras, mas, segundo o professor, mais tarde o invento deverá ser aproveitado em condomínios.
Os pesquisadores adaptaram a tecnologia utilizada de um projeto anterior, o “Smart Container”, patenteado no final de 2008, cujo protótipo conquistou o quarto lugar no Imagine Cup - concurso de tecnologia da Microsoft, do mesmo ano.
Para a "GreenBox", os técnicos estão desenvolvendo também um sistema de gestão com vista à criação de uma rota otimizada de recolha dos recipientes de óleos alimentares usados e destas caixas de gordura. Além disso, a Universidade está desenvolvendo um "hardware” para monitorar os recipientes de recolha do óleo usado que avisa quando estão prontos para serem recolhidos.
"Oitenta por cento dos custos das empresas estão relacionados com a recolha dos óleos e resíduos. Com este sistema queremos fazer a recolha apenas quando houver uma quantidade de resíduo que o justifique", salientou Barroso.
O projeto da UTAD tem parceria com a empresa Filtaporto, com sede em Maia, e conta com um investimento de 450 mil euros, com participação no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
O pesquisador prevê que até ao final do ano letivo este produto possa estar disponível no mercado.
Fonte: Exame

Bioenergia é prioridade da Embrapa


A lista de prioridades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para os próximos anos inclui estudos sobre a agricultura de baixo carbono, o aumento da produção de bioenergia e cultivos de precisão. Quem afirma é Mauricio Antônio Lopes, diretor-executivo de pesquisa e desenvolvimento da companhia.

 
Valor: No ramo do agronegócio, como está o Brasil no ranking mundial de empresas inovadoras?
Mauricio Antônio Lopes: O salto da nossa produção agropecuária não teve paralelo em nenhuma região do mundo. No início dos anos 1960, a produtividade média era de 783 quilos por hectare. Em 2010, tinha saltado para 3,1 mil quilos por hectare, incremento de 774%. Além das políticas macroeconômicas, setoriais e da organização dos segmentos agroindustrial e agroalimentar, o avanço tecnológico foi um fator essencial para o sucesso. A Embrapa e as instituições parceiras, o braço tecnológico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tiveram um papel decisivo nesse processo. A Embrapa tornou-se a principal instituição de ciência e tecnologia do mundo tropical, reconhecida no Brasil e no exterior.
Valor: Quais as áreas mais inovadoras do agronegócio no Brasil?
Lopes: Segmentos como o complexo soja, o sucroalcooleiro e de carnes foram capazes de incorporar inovações substanciais. As exportações do agronegócio em 2010 atingiram um recorde de US$ 76 bilhões, aumento de 18% em relação a 2009, e 3,8 vezes mais que as de 2000. Para chegar a isso, foram necessárias inovações na ciência do solo e da água, no melhoramento genético vegetal e animal, no controle biológico de pragas, sanidade animal, segurança biológica e mecanização de sistemas.
Valor: O que o agronegócio precisa, hoje, em termos de inovação?
Lopes: Os avanços alcançados, embora relevantes, dificilmente vão garantir a competitividade no futuro. Análises mostram que a nossa agricultura será desafiada por transformações substanciais nas próximas décadas. O Brasil precisará responder à necessidade de produzir volumes crescentes de alimentos e matérias-primas. O setor precisará de avanços em diversificação, agregação de valor, produtividade, segurança e qualidade, com velocidade e eficiência superiores às alcançadas no passado. E, para se garantir a sustentabilidade da agricultura frente às mudanças climáticas e à intensificação de estresses térmicos, hídricos e nutricionais, serão necessários avanços em conhecimento científico e tecnologias que racionalizem o uso dos recursos naturais.
Valor: Quais os principais projetos da Embrapa para 2012?
Lopes: Há prioridade para o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para uma agricultura de baixo carbono. Estamos aprimorando modelos de predição de impactos das mudanças climáticas no setor. A agenda também prevê o uso da genômica para a seleção mais rápida em plantas e animais e o desenvolvimento de instrumentação que permita ampliar a precisão da agricultura. O aprimoramento dos sistemas de produção de culturas energéticas, e a busca de novas rotas tecnológicas baseadas em biomassa para a produção de bioenergia também são prioridades.

Fonte: Valor Econômico 

domingo, 13 de novembro de 2011

Brasil retoma liderança na exportação de soja


As exportações brasileiras de soja deverão atingir 38 milhões de toneladas na safra 2011/12, estima o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 
Se esses dados se confirmarem, o Brasil voltará à liderança mundial nas exportações de grãos, o que já havia ocorrido em 2005/6. Essa volta à liderança ocorre porque o Usda reduziu ainda mais a previsão da produtividade nos EUA -agora para 46,3 sacas por hectare na safra 2011/12-, o que diminui a oferta de soja no país.

 
Para fechar as contas, o órgão do governo diminuiu as estimativas de exportações para 36,1 milhões de toneladas, elevando as previsões de estoques finais para 5,3 milhões de toneladas. Esse volume é suficiente para apenas 23 dias de consumo norte-americano, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. 
O Brasil ganha a liderança, mas as condições de exportações são desfavoráveis quando se trata de valor agregado. Os EUA vão produzir 83 milhões de toneladas de soja e exportar 44% desse volume em grãos. Já as vendas brasileiras de soja em grãos devem atingir 51% dos 75 milhões a serem produzidos. 
Os argentinos vão colocar somente 21% da produção de soja em grãos no mercado externo, obtendo maior valor agregado nas vendas de óleo de soja e de biodiesel. 
A produção mundial de soja cai para 259 milhões de toneladas, 2% menos do que no ano passado. O mercado internacional continua aquecido e deve crescer 4% nesta safra. Só os chineses deverão importar 56,5 milhões de toneladas, segundo o Usda. Se os estoques finais não andam bem nos Estados Unidos, melhoram quando se comparam os dados internacionais: são suficientes para 89 dias de consumo. 
O Usda registrou queda também na produtividade de milho, que recua para 153,4 sacas por hectare, o menor patamar desde 2003/4. O órgão mantém a previsão de 61 milhões de toneladas para o Brasil, mas elevou a da Argentina para 29 milhões. O apetite chinês, sempre presente na soja, aumenta também no milho: vão comprar 3 milhões de toneladas.

Fonte: Folha de São Paulo 

sábado, 12 de novembro de 2011

Uso da glicerina proveniente da produção de biodiesel


O líquido de glicerina impura, descartado na produçãodo biodiesel, pode ser usado como supressor de poeira, pois em contato com a água cria uma fina camada sobre o minério. O uso de supressores de poeira é comum nas mineradoras, que normalmente utilizam um produto importado da China.
Euler Santos, diretor executivo da Verti Ecotecnologias, afirma que o desenvolvimento industrial dos supressores em território nacional pode gerar uma economia de até 50% no valor final do produto. Além de ser um produto verde feito de matéria-primarenovável, ele dará destino final e sustentável para o problema dos resíduos da produção de biodiesel.
O rejeito também pode ser usado na agricultura, a glicerina está sendo estudada para a produção de encapsulantes de fertilizantes. Euler explica que “os micro e macronutrientes ficam encapsulados e são liberados de maneira gradual, à medida que a cápsula se degrada”. Segundo ele, os encapsulantes de fertilizantes não são usados em larga escala pelosagricultores brasileiros devido ao alto custo.

Fonte: http://www.producaodebiodiesel.com.br/meio-ambiente/glicerina-producao-biodiesel-biocombustivel 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O ABC dos Biocombustíveis


Com toda a conversa sobre biocombustíveis por aí, as coisas podem ficar um pouco confusas. Por isso, nós preparamos este glossário prático de referência. 


Balanço energético: A diferença entre a energia produzida por um combustível e a energia exigida para obtê-lo por processos agrícolas, plantio, refino, e transporte. 
Biodiesel: Um combustível derivado de fontes biológicas que pode ser usado em motores diesel ao invés do diesel derivado de petróleo. Pelo processo de transesterificação, os triglicérides dos óleos vegetais são separados da glicerina, criando um combustível renovável de queima limpa. 
Biocombustível: Todos os combustíveis produzidos de fontes biológicas renováveis. Álcool (ou etanol), biomassa e biodiesel são biocombustíveis. Os biocombustíveis são feitos de milho, soja, linhaça, pinhão-manso, mamona, cana-de-açúcar, óleo de palma, esgoto, restos de comida, dejetos animais e arroz, mas não são limitados a apenas essas fontes.  
Biomassa: Material vegetal como madeira, grãos, dejeto agrícola, e vegetação, que pode ser usado como fonte de energia.  
Biomassa para líquido (BPL): O processo de converter biomassa em combustíveis líquidos. 
Butanol: Embora geralmente produzido de combustíveis fósseis, este álcool de quatro carbonos também pode ser produzido por fermentação bacteriana de álcool. 
Combustível diesel: Um destilado de óleo combustível historicamente derivado de petróleo para uso em motores de combustão interna. Também pode ser derivado de plantas e fontes animais (biodiesel). 
Combustível fóssil: Um combustível derivado dos restos de vida orgânica na Terra, geralmente é considerado não-renovável. O uso destes combustíveis contribui para a poluição e é amplamente considerado um fator na mudança de clima global. 
Diesel, Rudolph: Inventor alemão famoso por criar o motor diesel que fez sua estréia na Feira Mundial de 1900. Ele pretendia inicialmente que o motor funcionasse com combustíveis vegetais, com a esperança que os fazendeiros poderiam cultivar suas próprias fontes de combustível. 
E85: Uma mistura de álcool que contém 85% de etanol e 15% de gasolina por volume, é o combustível alternativo mais usado nos EUA. 
Emissões: Substâncias expelidas no ar durante a combustão, por exemplo, tudo aquilo que sai do seu carro. 
Emissões de particulado: Partículas minúsculas de um sólido ou líquido, suspensas em um gás, ou as partículas finas de fuligem carbonada e outras moléculas orgânicas expelidas no ar durante a combustão.  
Etanol: Um combustível produzido da fermentação de açúcares em carboidratos, derivados de cana-de-açucar, milho e grãos, madeira, ou dejetos animais. Tem um odor perfumado e é igual ao componente intoxicante de bebidas alcoólicas. 
Gás carbônico (CO2): Um produto de combustão que age como um gás do efeito estufa na atmosfera da Terra, acumulando calor e contribuindo para a mudança do clima.  
Glicerina: Co-produto do biodiesel, resultante do processo de transesterificação. 
Metanol: Um combustível tipicamente derivado de gás natural, mas que pode ser produzido da fermentação de açúcares em biomassa.  
Monóxido de carbono (CO): Um gás letal produzido por combustão incompleta de combustíveis que contêm carbono em motores de combustão interna. É incolor, inodoro, e insípido.  
Motor diesel: Batizado com o nome do engenheiro alemão Rudolph Diesel, este motor de combustão interna e ignição por compressão funciona aquecendo combustíveis e os fazendo entrar em ignição. Pode usar diesel ou biocombustível. 
Motor de injeção direta: Um motor diesel no qual o combustível é injetado diretamente no cilindro. A maioria dos modelos mais novos é de "injeção direta turbo". 
Motor de injeção indireta: Um modelo mais antigo de motor diesel no qual o combustível é injetado em uma pré-câmara, em parte carburado, e então enviado para a câmara de injeção de combustível.  
Motor diesel Modificado / inalterado: Motores diesel tradicionais devem ser modificados para aquecer o óleo antes de alcançar o injetor de combustível para trabalhar com óleo vegetal puro. Modificado, qualquer motor diesel pode funcionar com óleo vegetal. Sem modificação, o óleo deve ser convertido primeiro em biodiesel. 
Matéria-prima: A biomassa usada na criação de um biocombustível particular (por exemplo, milho ou cana-de-açúcar para etanol, soja ou pinhão-manso para biodiesel). 
Gaseificação: Um processo químico ou calorífico utilizado para converter material carbonado -- carvão, petróleo, biomassa -- em seus componentes gasosos, monóxido de carbono e hidrogênio.
Gás para líquido (GPL): O processo de refino de gás natural e outros hidrocarbonetos em hidrocarbonetos de cadeia longa que podem ser usados para converter produtos gasosos em combustíveis. 
Organismo geneticamente modificado (OGM): Um organismo cujo material genético foi modificado por tecnologia recombinante de DNA, alterando o fenótipo do organismo para cumprir especificações desejadas.
Ponto de gel: O ponto no qual um combustível líquido esfria até a consistência de geléia de petróleo.
Hidrocarboneto: Uma combinação química que contém uma estrutura de carbono com átomos de hidrogênio ligados àquela estrutura. O que nós nos referimos como petróleo é realmente hidrocarboneto líquido, extraído geologicamente, e hidrocarboneto geológico gasoso é o que nós conhecemos como gás natural.
Óxidos de nitrogênio: Produtos de combustão que contribui para a formação de fumaça e ozônio.
Óleo vegetal descartado: Óleo da frigideira mais próxima que é filtrado (porque pedaços de batatas e peixes não lubrificam tanto as câmaras) e usado em motores diesel modificados, ou convertido em biodiesel pelo processo de transesterificação e usado em qualquer carro diesel.
Óleo vegetal natural (OVN): Qualquer óleo vegetal que não foi otimizado pelo processo de transesterificação. Para usar este tipo de óleo vegetal em seu veículo diesel é necessário uma modificação do motor para aquecer o óleo antes de alcançar o injetor de combustível -- caso contrário, o óleo vegetal gruda com tempo frio. Basicamente, com seu veículo modificado, você poderia pegar uma garrafa de óleo de soja da mercearia, colocar no tanque, e sair por aí.
Selo combustível social: Conjunto de medidas específicas para estimular a inclusão social na agricultura. Onde as empresas produtoras de biodiesel devem comprar uma porcentagem de matéria-prima de agricultores familiares para terem direito a participarem dos leilões e conseguirem redução nos impostos.
Transesterificação: O processo químico no qual um álcool reage com os triglicérides no óleo vegetal ou gorduras animais, separando a glicerina e produzindo biodiesel. 
Veículo flex-fuel: Um veículo que pode funcionar alternadamente com duas ou mais fontes de combustível. Isto inclui carros capazes de funcionar com gasolina e misturas de gasolina / etanol, assim como carros que podem funcionar com gasolina e gás natural. 
Viscosidade: A capacidade de um líquido fluir. Quanto mais alta a viscosidade, mais lento os fluxos líquidos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Biodiesel e sua história


A história do biodiesel data de 1895, quando dois grandes visionários, Rudolf Diesel e Henry Ford, descobriram nos óleos vegetais um combustível e um caminho para o desenvolvimento industrial. Pesquisaram diversos combustíveis que pudessem ser utilizados em motores, entre eles o álcool produzido a partir de biomassa. Embora tivessem seus sonhos para o desenvolvimento dos combustíveis de biomassa adiados pelo rápido avanço da indústria do petróleo, deixaram sementes férteis.
 
Passados mais de cem anos, a associação dos óleos vegetais com o álcool, em um processo químico conhecido como transesterificação (processo de separação da glicerina do óleo vegetal), pode viabilizar um novo combustível de origem renovável para o Brasil: o éster de óleo vegetal, também conhecido como biodiesel.
 
As alternativas de matéria-prima para o fornecimento do óleo vegetal são diversas no Brasil, caso do girassol, do pinhão manso, da soja, do amendoim, do algodão, do dendê, do milho, entre tantas outras que podem ser cultivadas de acordo com a aptidão agrícola e o clima de cada região do País.



Setor do biodiesel pede aumento de 7% na mistura ao diesel


O setor do biodiesel espera ansioso a aprovação da Medida Provisória 540, que trata da nova política para a indústria brasileira e de autoria do deputado Renato Mullen (PP-RS). Se aprovada, o setor deve ficar isento da cobrança de PIS/Cofins. Além disso, os produtores pedem o aumento da mistura do biodiesel ao diesel para 7%. Os assuntos foram discutidos  em um evento realizado em São Paulo.


Lado a lado, usineiros e representantes do governo. Cautela de um lado, entusiasmo de outro. A ambos não faltam argumentos. A mistura de biodiesel no diesel utilizado no Brasil é hoje de 5%, proporção alcançada três anos antes do que previa o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Mesmo assim o setor considera pouco e quer aumentar a mistura para 7% no próximo ano. A ideia é chegar a 2020 com 20%.
– Nós temos disponibilidade de matéria prima, necessidade de combustível porque o Brasil importa diesel e temos capacidade industrial ociosa na ordem de 50%. Então se o governo brasileiro se sente confortável nós podemos, como setor produtivo, implermentar o B7 imediatamente no Brasil – relata o presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella.
O setor aponta vantagens econômicas e ambientais.
– Aumento na utilização de matéria prima, com isto agregando valor às commodities agrícolas do Brasil, uma diminuição da importação de diesel, melhorando a balança comercial utilização de energia renovável, consequentemente melhorando a qualidade do ar nas grandes cidades. E um ponto muito importante, o beneficiamento da agricultura familiar, porque mais biodiesel significa mais inclusão social através da agricultura familiar – complementa Battistella.
 
O governo trata o tema com cautela. Não existe previsão nem uma data definida para o aumento da mistura que, segundo o diretor do departamento de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, depende de uma série de fatores.

Fonte: http://www.radiofandango.com.br/archive/valor.php?noticia=23675

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Catálise enzimática produz biodiesel mais verde

As fontes limitadas de combustíveis fósseis, o aumento do preço do petróleo e a crescente preocupação ambiental têm sido as principais razões para os investimentos em pesquisa na área de biocombustíveis.
No Brasil já existem dezenas de indústrias desse biocombustível em operação. A produção do biodiesel é principalmente realizada a partir da reação entre um óleo vegetal e um álcool. Para tornar isto possível, um catalisador é adicionado a fim de aumentar a velocidade da reação. Nos processos industriais utiliza-se um catalisador alcalino (hidróxido de sódio ou de potássio). No processo, além do biodiesel, é também formado o co-produto glicerol, que pode ser recuperado e tem amplas aplicações nas indústrias farmacêutica, alimentícia, cosmética e de plásticos.
A produção do biodiesel por catálise alcalina, entretanto, possui diversos problemas: o consumo de energia no processo é alto, a recuperação do glicerol produzido na reação é difícil e o catalisador alcalino solúvel precisa ser removido do produto. A necessidade de tratamento do efluente alcalino gerado e o alto consumo de água durante a lavagem nas etapas de purificação do biodiesel fazem com que o processo alcalino tenha um impacto significativo no meio ambiente. Além disso, se o óleo contiver pequenas quantidades de ácidos graxos livres há a formação de sabões, o que leva a uma redução no rendimento da reação, além de dificultar o processo de purificação.

Tendo em vista esses problemas, uma alternativa que vem sendo estudada é a utilização de enzimas como catalisadores para a produção de biodiesel. Enzimas são catalisadores biológicos (biocatalisadores) que podem ser produzidos por microrganismos e são biodegradáveis. A produção de biodiesel por via enzimática tem potencial para superar os problemas da catálise alcalina. Além de as enzimas serem biodegradáveis, não há a formação de sabões no processo, o glicerol pode ser facilmente recuperado sem tratamento complexo, o consumo de energia no processo é menor (a temperatura de reação é mais baixa), há uma drástica redução na quantidade de efluentes e, além disso, as enzimas podem ser recuperadas e reutilizadas.

A produção do biodiesel em escala industrial utilizando enzimas, no entanto, não tem sido adotada principalmente devido ao alto custo dos biocatalisadores. Por este motivo, encontrar processos que reduzam o custo do processo enzimático torna-se essencial. Uma das possibilidades é a reutilização do biocatalisador, o que pode ser possível através da fixação das enzimas em suportes sólidos. Outra alternativa seria utilizar resíduos agro-industriais para o cultivo de microrganismos para a produção de lipases. A aplicação destes resíduos fornece substratos alternativos de baixo custo e é economicamente interessante para países que são grandes produtores agrícolas, como o Brasil.

Assim, os estudos que vêm sendo realizados com o intuito de viabilizar a produção do biodiesel utilizando enzimas como catalisadores são promissores e podem levar à produção de um biodiesel ainda mais “verde”.

Fonte: http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?tit=catalise_enzimatica_produz_biodiesel_mais_verde&id=51431

domingo, 6 de novembro de 2011

Oleaginosas no Brasil para produção de Biodiesel


O país tem em sua geografia grandes vantagens agrônomas, por se situar em uma região tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias anuais. Associada a disponibilidade hídrica e regularidade de chuvas, torna-se o país com maior potencial para produção de energia renovável.
O Brasil explora menos de um terço de sua área agricultável, o que constitui a maior fronteira para expansão agrícola do mundo. O potencial é de cerca de 150 milhões de hectares, sendo 90 milhões referentes à novas fronteiras, e outros 60 referentes a terras de pastagens que podem ser convertidas em exploração agrícola a curto prazo. O Programa Biodiesel visa a utilização apenas de terras inadequadas para o plantio de gêneros alimentícios.


Há também a grande diversidade de opções para produção de biodiesel, tais como a palma e o babaçu no norte, a soja, o girassol e o amendoim nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, e a mamona, que além de ser a melhor opção do semi-árido nordestino, apresenta-se também como alternativa às demais regiões do país.
A sinergia entre o complexo oleaginoso e o setor de álcool combustível traz a necessidade do aumento na produção de álcool. A produção de biodiesel consome álcool etílico, através da transesterificação por rota etílica, o que gera incremento da demanda pelo produto. Consequentemente, o projeto de biodiesel estimula também o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro, gerando novos investimentos, emprego e renda.

Fonte: http://www.biodieselbr.com/biodiesel/brasil/biodiesel-brasil.htm

sábado, 5 de novembro de 2011

Brasil pode ser líder mundial no consumo de Biodiesel

Durante congresso realizado em Natal (RN), o diretor de biodiesel da Petrobras Biocombustível, Alberto Fontes, destacou as tendências para o desenvolvimento do setor e traçou um panorama com a atual situação do país na área de biocombustíveis.

No biodiesel, o país possui hoje 60 unidades produzindo 2,35 bilhões de litros por ano. "A expectativa é que até o final de 2011 sejam consumidos mais de 2,5 bilhões de litros somente no Brasil, colocando o país como líder mundial no consumo do biodiesel", destacou Fontes.

Fonte: http://www.acritica.net/index.php?conteudo=Noticias&id=50587