As exportações brasileiras de soja deverão atingir 38 milhões de toneladas na safra 2011/12, estima o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Se esses dados se confirmarem, o Brasil voltará à liderança mundial nas exportações de grãos, o que já havia ocorrido em 2005/6. Essa volta à liderança ocorre porque o Usda reduziu ainda mais a previsão da produtividade nos EUA -agora para 46,3 sacas por hectare na safra 2011/12-, o que diminui a oferta de soja no país.
Para fechar as contas, o órgão do governo diminuiu as estimativas de exportações para 36,1 milhões de toneladas, elevando as previsões de estoques finais para 5,3 milhões de toneladas. Esse volume é suficiente para apenas 23 dias de consumo norte-americano, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.
O Brasil ganha a liderança, mas as condições de exportações são desfavoráveis quando se trata de valor agregado. Os EUA vão produzir 83 milhões de toneladas de soja e exportar 44% desse volume em grãos. Já as vendas brasileiras de soja em grãos devem atingir 51% dos 75 milhões a serem produzidos.
Os argentinos vão colocar somente 21% da produção de soja em grãos no mercado externo, obtendo maior valor agregado nas vendas de óleo de soja e de biodiesel.
A produção mundial de soja cai para 259 milhões de toneladas, 2% menos do que no ano passado. O mercado internacional continua aquecido e deve crescer 4% nesta safra. Só os chineses deverão importar 56,5 milhões de toneladas, segundo o Usda. Se os estoques finais não andam bem nos Estados Unidos, melhoram quando se comparam os dados internacionais: são suficientes para 89 dias de consumo.
O Usda registrou queda também na produtividade de milho, que recua para 153,4 sacas por hectare, o menor patamar desde 2003/4. O órgão mantém a previsão de 61 milhões de toneladas para o Brasil, mas elevou a da Argentina para 29 milhões. O apetite chinês, sempre presente na soja, aumenta também no milho: vão comprar 3 milhões de toneladas.
Fonte: Folha de São Paulo
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